Rodrygo fala sobre os ataques

Durante uma entrevista coletiva na concentração da Seleção Brasileira, Rodrygo falou com a imprensa sobre o episódio ocorrido no dia 21 de maio no estádio Mestalla, quando Vini Jr. sofreu ataques racistas por parte dos torcedores do Valencia.

"Acredito que a Espanha não seja um país racista, o racismo está no mundo inteiro, pode ter pessoas aqui que sejam racistas, mas a Espanha em si não é racista. Estava ali dentro do campo, ouvi o estádio inteiro gritando mono (macaco). Como eu falei também acontece comigo, eu sou negro também como o Vini", disse Rodrygo.

Valencia se manifesta

A entrevista do atacante brasileiro repercutiu na imprensa internacional. O Valencia, insatisfeito com as palavras do jogador, emitiu uma nota oficial dizendo que Rodrygo mentiu quando falou que o estádio inteiro gritou 'mono'.

"O Valencia CF lamenta e nega categoricamente as falsas declarações feitas pelo jogador Rodrygo Goes, nas quais afirma que todo o nosso estádio e torcedores proferiram cânticos racistas. Tais manifestações são mentiras graves que contribuem para estigmatizar de forma totalmente injusta uma torcida exemplar como a do Valencia CF", disse o comunicado.

Além de condenar a declaração de Rodrygo, o clube ainda cobrou uma retratação do jogador do Real Madrid. Utilizando como exemplo o caso de Ancelotti, que primeiramente afirmou que o estádio inteiro estava proferindo os ataques e depois voltou atrás dizendo que foram alguns torcedores.

"Assim como fez o seu treinador, Carlo Ancelotti, que retificou as suas palavras após o jogo , pedimos a Rodrygo Goes que também retifique estas falsidades. O Valencia CF reserva-se o direito de tomar as medidas legais pertinentes para defender a honra do nosso clube e dos seus torcedores. Deve também exigir-se aos jogadores de futebol o rigor e a responsabilidade na prestação de declarações", afirmou em outra parte do comunicado.

CBF prepara ação antirracista

A Seleção Brasileira irá disputar dois amistosos nos próximos dias, um em Barcelona e outro em Lisboa, contra duas seleções africanas. A CBF prepara uma iniciativa antirracista para os dois confrontos em apoio aos ataques sofridos por Vini Jr.

O Brasil irá a campo no primeiro jogo, contra a Guiné, utilizando pela primeira vez na sua história, um uniforme todo preto.