Santos e Palmeiras fizeram o primeiro Clássico da Saudade que definirá o Campeão Paulista de 2024. Jogando na Vila Belmiro, o Santos comandou a partida e venceu o jogo de ida por 1 a 0, gol do venezuelano Otero, de cabeça. Mas pelo que foi o confronto, poderia ter vencido de mais. A vantagem de apenas um gol sobre o Palmeiras, pode custar caro para o Peixe. Afinal, nas últimas duas finais de Paulistão, o Verdão saiu sempre perdendo e virou no Allianz Parque.

Abel Ferreira erra na escalação e Santos domina setor de criação

Abel Ferreira repetiu a mesma escalação da semifinal contra o Novorizontino, com uma linha de três zagueiros e dois alas bem abertos pelas pontas. E à semelhança do último jogo, o Palmeiras atuou mal novamente. Os alas foram poucos acionados e a linha de defesa repleta de jogadores não se justificou.

Em mais um dia abaixo de Raphael Veiga e com um setor de meio de campo sem muita qualidade de passe - Moreno trabalha bem defensivamente, mas para sair jogando se complica -, o Palmeiras viu o Santos controlar a posse de bola, na maior parte do jogo, oferendo as jogadas de mais perigo. No ataque, Endrick não recebeu a bola redonda e não teve muito destaque na partida.

Pituca, João Schmidt e Giuliano dominaram a região central do campo, marcando bem, trocando passes e armando as jogadas. Diferente do meio de campo do Verdão, que contou com pouca criatividade, o setor do Peixe jogou com intensidade e inventividade, o que foi determinante para o desempenho do time como um todo.

Guilherme como fator desequilibrante

Se no meio de campo o Santos dominava as ações, nas pontas também. Com Otero e principalmente Guilherme, constantemente acionado pelo lado esquerdo, a equipe da Vila soube aproveitar os espaços, explorando bastante as jogadas em diagonal.

Guilherme foi o fator desequilibrante da partida. Deu muito trabalho para Mayke e Marcos Rocha pelo lado direito da defesa alviverde, e foi quem fez a jogada que gerou o gol de cabeça de Otero, no início da segunda etapa.

Para ser campeão, Santos não pode ter medo no Allianz

No fim do segundo tempo, Abel Ferreira resolveu mudar o meio de campo e ataque, dando mais dinamismo e intensidade ao time, com Richard Ríos e Rony, respectivamente. O Palmeiras melhorou na partida e até poderia ter chego ao empate, com sorte. Mas na somatória total da partida, quem mereceu mesmo a vitória foi o Santos. E conseguiu, mesmo sendo com a vantagem mínima.

Vale recordar que nas últimas duas finais do Paulista, o Palmeiras perdeu o primeiro jogo - por 3 a 1 contra o São Paulo em 2022 e por 2 a 1 contra o Água Santa em 2023 -, mas reverteu o placar no Allianz Parque nas duas oportunidades.

Analisando essas duas finais, o Santos pode saber o que não deve fazer no jogo de volta com o Palmeiras. E o principal aspecto é: não ter medo, não jogar acuado, apenas de olho no placar. Foi essa postura que atestou a derrota do São Paulo e do Água Santa. Algo que o Peixe deve evitar para ser campeão após oito anos de jejum.