A mesma Seleção, os mesmos erros...
O Brasil novamente fez uma péssima partida, mas dessa vez saiu com uma derrota de Montevidéu. Vale lembrar que o Uruguai não vencia a Seleção Brasileira há 22 anos e o Brasil não perdia um jogo de Eliminatórias há 36 partidas. A quebra do tabu veio com um show de Darwin Núñez, que fez o que quis com a zaga brasileira, marcando um gol e dando uma assistência para De La Cruz.
A derrota e o mal desempenho da Seleção deixou evidente alguns aspectos que já vinham se manifestando nas últimas partidas das Eliminatórias. O primeiro deles é que Fernando Diniz ainda não agregou em absolutamente nada após a chegada. Os convocados, são praticamente os mesmos que estavam presentes na lista do interino Ramon Menezes. E o desempenho continuou igual. Uma Seleção sem identidade, sem pegada, sem meio de campo, com uma defesa insegura e um ataque que não consegue fazer gols.
Para quem acha que basta a chegada de Ancelotti para tudo isto mudar, está enganado. O italiano - caso realmente venha - irá pegar a equipe às vésperas da disputa da Copa América. Caso o treinador opte por uma reformulação drástica, tanto no elenco, quanto no esquema de jogo, o tempo será estreitamente curto para fazer tudo isso funcionar.
É necessário abdicar de Neymar e das ideias fixas de Diniz
É claro que a ideia da CBF seria que Fernando Diniz conseguisse construir uma base para fazer uma transição segura para Ancelotti. Mas a incompetência da entidade é tanta, que contratou um técnico 'interino' que adota ideias de jogo antagônicas ao treinador italiano.
Poucos técnicos na Europa jogam do jeito que as equipes de Fernando Diniz joga. Ou seja, raros são os jogadores da Seleção que irão se adaptar aos seus conceitos. Gabriel Jesus - que já foi treinado por Guardiola (talvez o maior treinador atual) e Arteta - afirma que foi um 'choque' se deparar com o esquema de jogo de Diniz.
Ao fim, depois dessas quatros partidas das eliminatórias, duas coisas ficam mais do que evidente: o Brasil não pode ficar refém de Neymar, assim como não deve pode refém do esquema tático de Fernando Diniz. A situação é muito preocupante. E por enquanto, não há nenhum indícios que esta Seleção irá evoluir em um curto ou médio espaço de tempo.