O início do projeto

Tudo começou com a ida de Cristiano Ronaldo para a Liga Saudita. O que a principio parecia uma escolha circunstancial de um jogador já consagrado em fim de carreira, acabou por ser o abrir das portas para outros atletas de nível mundial.

Na atual janela de transferências, pelo menos 20 jogadores das principais ligas de futebol da Europa, se transferiram para a Arábia Saudita. Desde atletas - assim como Cristiano Ronaldo - se encaminhando para a parte final da carreira. Como é o caso de Benzema, Firmino, Kanté (e até mesmo Neymar). Quanto atletas com uma carreira toda pela frente. Caso de Malcom, Rúben Neves, Ibañez e a nova promessa do futebol espanhol, Gabri Veiga, de apenas 21 anos.

Aos poucos, a 'Saudi Pro Luague' vai deixando de ser um campeonato irrelevante à nível mundial. Para se tornar uma das principais ligas do mundo - pelo menos em relação a grandes nomes atuando no país.

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Neymar em apresentação ao Al-Hilal. (Icon Sport)

De onde vem tanto dinheiro?

O monstruoso investimento saudita no mundo do futebol, se deve a uma injeção imposta pelo próprio governo da Arábia Saudita em alguns clubes do país, através do Ministério do Esporte. Ou seja, no fundo, quem está pagando por estes jogadores, é o próprio governo saudita, que acumula riqueza através da atividade petrolífera. Para se ter uma noção, até mesmo algumas empresas que patrocinam o futebol no país, são subsidiárias do maior Fundo de Investimento Saudita.

Este mesmo fundo de investimento, intitulado Public Investment Fund (PIF), é quem detém o controle dos quatro clubes mais ricos do país - e que curiosamente mais contrataram jogadores da Europa. O Al Nassr, Al Ahli, Al Ittihad e o Al Hilal.

Mas nada disso se dá sem um verdadeiro intuito. Esta injeção de até US$ 1 bilhão (como já publicou o New York Times) no futebol do país, faz parte de um projeto político que visa utilizar o esporte como instrumento de melhoria da imagem do país - que é conhecido pela seu histórico de violação dos direitos humanos - no cenário internacional.

Mas existe algum limite para os gastos dos sauditas no mundo do futebol? Antes de mais, vale pontuar que a Arábia Saudita vive uma monarquia absolutista, governada pelo rei Salman Al Saud. Seu filho, o príncipe Mohamed Bin Salman, já chegou a declarar que tem como objetivo contratar os 300 melhores jogadores do mundo. O que não é de se duvidar que aconteça, já que a FIFA não tem o poder de impor algum limite financeiro, uma vez que cada campeonato estabelece as suas próprias regras em relação aos gastos econômicos.

Uma coisa é fato: este movimento não irá parar tão cedo. Cristiano Ronaldo foi o primeiro, de dezenas (ou até centenas) dos maiores jogadores do mundo que foram (e ainda irão) jogar no novo 'El Dorado' do futebol.