A Paixão Esportiva dos Cardeais Brasileiros no Vaticano

TL;DR:

  • Com a possibilidade de um conclave, surge a curiosidade sobre os hobbies e paixões dos cardeais brasileiros.
  • Uma reportagem investigou os times de Futebol para os quais os cardeais brasileiros torcem.
  • Entre os sete cardeais eleitores e um não eleitor mas elegível, todos têm um clube do coração.
  • A lista inclui torcedores de Internacional, Palmeiras, Criciúma, Athletico-PR, Santos, Vasco e Botafogo.
  • Alguns cardeais considerados "papáveis" também revelaram suas preferências, mostrando um lado mais humano das figuras religiosas.

Assim como o Papa Francisco não escondia sua paixão pelo San Lorenzo, o futebol também faz parte da vida de alguns dos mais altos representantes da Igreja Católica no Brasil. Com a perspectiva de um futuro conclave para a eleição de um novo pontífice, após o período de Francisco, surge a curiosidade sobre os hábitos e preferências pessoais dos cardeais, incluindo o time para o qual torcem.

Uma reportagem do ge.globo.com explorou este lado menos conhecido dos cardeais brasileiros que podem participar de um próximo conclave. Conversando com assessores, amigos e familiares, foi possível mapear as paixões clubísticas de sete cardeais com direito a voto e um que, apesar de não votar por ter mais de 80 anos, ainda pode ser eleito papa.

A investigação revelou que, apesar da seriedade de suas funções eclesiásticas, todos os cardeais brasileiros consultados nutrem simpatia por algum clube de futebol. A lista de times é variada e abrange diferentes regiões do país.

Entre os nomes, destaca-se Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, que torce para o Internacional. Sua ligação com o clube é notória, tendo recebido uma camisa colorada em sua posse em 2013. Sobre a rivalidade Gre-Nal, ele adota um tom poético, preferindo "aquele time que tem como referência uma cor quente", em contraponto ao "azul, cor fria".

Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo e figura que já foi cotada como papável, surpreende ao torcer para dois clubes: Athletico-PR e Santos. Sua longa passagem pelo Paraná justifica a escolha pelo Furacão, enquanto a ligação com o Santos também foi confirmada por ele.

O Santos também é o time de coração de Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. Nascido no interior de São Paulo, Dom Orani faz parte do grupo de cardeais paulistas com preferência por um clube do estado natal.

O Palmeiras tem uma dupla representação entre os cardeais. Dom João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, foi torcedor palmeirense na juventude, embora hoje seja mais reservado sobre o tema. Já Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador e outro nome que já figurou em listas de papáveis, declara-se torcedor do Verdão.

Os clubes cariocas dividem a torcida de dois cardeais. Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, é torcedor do Vasco da Gama. Enquanto isso, Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida-SP, é Botafoguense. Dom Damasceno é o único cardeal brasileiro que não participa da votação no conclave devido à idade, mas, teoricamente, pode ser eleito.

Uma paixão menos convencional, no cenário nacional, é a de Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus. Conhecido como o "cardeal da Amazônia" e cujo nome tem crescido entre os possíveis candidatos ao papado, ele torce pelo Criciúma, clube catarinense. Um padre próximo a ele no Vaticano revelou que Dom Leonardo também nutre simpatia pela Inter de Milão, da Itália.

A lista completa dos times do coração dos cardeais brasileiros com direito a voto (ou elegíveis) é a seguinte:

  • Dom Jaime Spengler (Arcebispo de Porto Alegre): Internacional
  • Dom João Braz de Aviz (Arcebispo Emérito de Brasília): Palmeiras
  • Dom Leonardo Ulrich Steiner (Arcebispo de Manaus): Criciúma e Inter de Milão
  • Dom Odilo Scherer (Arcebispo de São Paulo): Athletico-PR e Santos
  • Dom Orani João Tempesta (Arcebispo do Rio de Janeiro): Santos
  • Dom Paulo Cezar Costa (Arcebispo de Brasília): Vasco
  • Dom Raymundo Damasceno Assis* (Arcebispo Emérito de Aparecida-SP): Botafogo (Não vota, mas pode ser eleito)
  • Dom Sergio da Rocha (Arcebispo de Salvador): Palmeiras

Esta curiosa lista mostra que, mesmo em posições de tamanha relevância religiosa e global, as figuras eclesiásticas mantêm laços com aspectos culturais e paixões populares, como o futebol. Revelar os times de coração dos cardeais adiciona uma camada humana a esses homens que podem, um dia, liderar a Igreja Católica Apostólica Romana.