O Brasil enfrenta neste sábado a Seleção de Guiné, às 16h30, em Barcelona. Com o técnico interino Ramon Menezes, a Seleção tem obrigação de vencer (e convencer) nos dois jogos.
Caso isto aconteça, Ramon poderá até continuar o trabalho como interino e a imprensa e jogadores poderão comprar a ideia de uma eventual espera por Ancelotti até 2024.
No entanto, uma questão é levantada neste cenário: será que o time escalado por Ramon pode ser uma base para a próxima Copa, ou ainda é muito cedo para imaginar algo do tipo?
Dos 11 iniciais, quem tem vaga garantida?
Independente do técnico (interino ou não), sempre existiram os jogadores que são unanimidades para um ciclo preparatório para uma Copa do Mundo.
Dos 11 jogadores que iniciarão o jogo contra a Guiné, 9 deles estiveram presentes na Copa do Mundo do Catar. Mas isto necessariamente quer dizer que todos estão garantidos no próximo ciclo?
Não. Primeiro porque Ramon buscou fazer uma grande média e jogar pela segurança, convocando jogadores já experientes com a camisa canarinho.
Mas se uma análise individual for realizada, baseada não só na experiência, mas também no desempenho atual, na idade e potencial futuro dos atletas, apenas alguns nomes serão unanimidade.
Eles são: Vinícius Júnior, Marquinhos, Militão, Casemiro e Ederson (além de Neymar, é claro, que seria chamado se não estivesse lesionado). De resto, dependendo da fase, são todos dispensáveis.
A contradição de Ramon e a falta de processo
Na sua primeira convocação como treinador interino, em março deste ano para o jogo contra Marrocos, Ramon pareceu mostrar personalidade e convocou uma série de garotos para o confronto. Para os amistosos de agora, mudou completamente de ideia, e fez uma convocação com 14 jogadores que estiveram na última Copa. Nitidamente, uma falta de conceito de trabalho.
Serão 8 jogos do Brasil até o contrato de Ancelotti se encerrar com o Real Madrid, e ele, quem sabe, assumir a Seleção. Até lá, o Brasil terá uma escolha: manter Ramon no cargo e abdicar de um processo preparatório ou colocar alguém da própria comissão de Ancelotti para comandar a equipe.
Caso a CBF opte por escolher uma terceira via como interino, será um treinador que servirá apenas para cumprir tabela.
Jovens promessas podem surpreender
Em resumo, tirando os nomes já citados, ainda é muito cedo para esboçar uma equipe base para o próximo ciclo preparatório para a Copa, sendo que a Seleção ainda não tem sequer um técnico. Por isto, o time que irá a campo nos próximos jogos, não será nada mais do que uma reciclagem do último Mundial.
Porém, uma coisa é certa. Com jovens promessas chegando, como Vitor Roque, Endrick, Ayrton Lucas, Marcos Leonardo, Beraldo e outros, a tendência é que a Seleção Brasileira se renove bastante nos próximos anos.
E claro, caso Ancelotti chegue em 2024, todos os jogadores que pretenderem uma chance na seleção, terão que jogar na Europa. Porque se engana quem pensa que o italiano multicampeão irá convocar alguém que atua no Brasileirão.