O primeiro jogo do confronto foi equilibrado. Vini Júnior brilhou e bagunçou toda a defesa do City. Já na segunda partida, realizada esta quarta-feira (17), no Etihad Stadium, o Real nem sequer entrou no gramado.

Domínio no meio de campo

O Manchester City, de Guardiola, literalmente colocou 'na roda' o Real Madrid, de Ancelotti. Foi um verdadeiro massacre da equipe inglesa. O jogo coletivo do City se sobressaiu ao jogo individual do Real.

Jogadores do City comemorando enquanto Vini Jr. se lamenta. (Icon Sport)
Jogadores do City comemorando enquanto Vini Jr. se lamenta. (Icon Sport)

O elemento mais decisivo dessa engrenagem inglesa, sem dúvidas, foi o meio de campo. Guardiola foi para o jogo com 4 jogadores atuando pelo setor. Stones, Rodri, De Bruyne e Gündoğan ditaram o ritmo de toda a partida.

No campo de ataque, os 4 jogadores, com o auxílio dos homens da frente, trocavam passes em ritmo de treino. Quando a bola chegava em Grealish pela esquerda, ou Bernardo Silva pela direita, eles atacavam de maneira extremamente agressiva, comprimindo o Real no campo defensivo. Foi essa pressão que gerou os dois primeiros gols do City com Bernardo.

Para se ter uma ideia, nos primeiros 15 minutos de jogo, o Real conseguiu trocar apenas 3 passes no campo de ataque. Não se via Vini Jr, Benzema e Rodrygo em campo.

Sem Courtois seria uns 7

Na partida de ida do confronto, Rüdiger conseguiu parar Haaland. Ancelotti optou por escalar Militão no seu lugar para a segunda partida e o brasileiro não teve a mesma eficiência.

Jogadores do City comemorando enquanto Vini Jr. se lamenta. (Icon Sport)
Courtois salvando um cabeceio de Haaland. (Icon Sport)

Com uma marcação individual no atacante norueguês, Militão cedeu muitos espaços para os homens que chegavam de trás, e também não teve sucesso no duelo individual com Haaland.

Se não fosse Courtois, Haaland teria marcado pelo menos mais 3 gols para o City. O goleiro belga operou 3 milagres e impediu um vexame ainda maior para o Real Madrid.

Deixa eles sonharem

Muitos pensaram que o Real tinha acordado durante o segundo tempo, mas na verdade, foi o City quem deu essa ilusão ao Real. Como se Guardiola dissesse aos seus jogadores: 'Deixa eles sonharem. Não vamos cometer os mesmos erros do ano passado. Temos a vantagem e vamos controlar o jogo.'

Jogadores do City comemorando enquanto Vini Jr. se lamenta. (Icon Sport)
Pep Guardiola pedindo calma a equipe. (Icon Sport)

Uma jogada simboliza bastante isso. No momento em que o Real Madrid estava conseguindo trocar passes no campo de ataque, o City retomou a bola e ligou Grealish na ponta esquerda. Haaland avançou em profundidade pelo meio e era só lançar a bola para ele. No entanto, Grealish optou por retardar a jogada e reconstruir o jogo no campo de defesa. Como Guardiola reagiu ao lance? Mandou beijos para Jack Grealish.

Tudo controlado

Dessa forma, o City manteve exatamente o mesmo controle na segunda etapa. Com uma diferença, deixou de marcar pressão no campo de ataque e permitiu que o Real saísse um pouco mais com a bola.

No entanto, toda vez que a bola chegava nos atacantes merengues, a marcação literalmente os engolia. Walker anulou Vini Jr., Rúben Dias anulou Benzema e Akanji anulou Rodrygo. O Real parecia que jogava sem frente de ataque. Ederson, mal precisou trabalhar e deve der passado o jogo olhando para a lua.

Jogadores do City comemorando enquanto Vini Jr. se lamenta. (Icon Sport)
Ederson (Icon sport)

De maneira tranquila e segura, o City marcou mais 2 gols e sacramentou a goleada. Assim, o time que joga o melhor futebol do mundo, superou o time com mais tradição do mundo.

Blue Moon (Lua Azul)

Antes, durante e depois da partida, os torcedores do Manchester City fizeram uma festa a parte. Uma das músicas cantadas pelos fãs no estádio se chama 'Blue Moon', composta por Richard Rogers, e já foi gravada por artistas como Billie Holiday, Louis Armstrong, Frank Sinatra, Bob Dylan e Liam Gallagher. Este último, junto com seu irmão Noel Gallagher, são torcedores fanáticos do City.

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'Blue Moon', ou 'Lua Azul', é um fenômeno raro que deixa a lua com o aspecto azulado e acontece quando há duas luas cheias no mesmo mês. Para os povos mais antigos, o termo era usado para significar algo que nunca poderia acontecer (daí a expressão em inglês "once in a Blue Moon", que significa muito raramente).

Após o termino da partida de ontem, Guardiola comemorou efusivamente no centro do campo, enquanto a torcida entoava a música 'Blue Moon' no estádio.

O Manchester City nunca ganhou uma Champions League. Mas dessa vez, para o torcedor mais empolgado, já pode anotar na agenda: dia 10 de junho em Istambul, será noite de 'Lua Azul'.

Veja a versão de 'Blue Moon' de Liam Gallagher.

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