Após a exibição da Seleção Brasileira na derrota para a Colômbia, muitas questões podem ser levantadas e questionadas em relação à equipe montada por Fernando Diniz.

A mais fundamental delas e que transpareceu durante os quatro últimos jogos nas Eliminatórias, é a incompatibilidade entre o conceito de jogo de Diniz, com o que uma seleção pode apresentar durante um curto espaço de tempo para treinar.

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Fernando Diniz / Reprodução / Staff Images / CBF

Estilo 'não posicional' não funciona na Seleção

O jogo não posicional, característico das equipes do treinador, requer um tempo de treinamento e adaptação grande, que não é possível quando se trata de Seleção Brasileira. Afinal, dois ou três dias de prática antes de um jogo, está longe do suficiente para aplicar este tipo de conceito.

Para exemplificar, basicamente, o estilo de jogo não posicional, exige de todos os jogadores do time, uma mobilidade que vai além do que está pré-estabelecido como a sua posição. Ou seja, um ponta aberto pela esquerda, não precisa atacar a todo momento pela mesma região. Ele pode sempre cair por vários lados campo, em busca de dar mais uma opção de passe para o time.

Se pegarmos o papel de Gabriel Martinelli, por exemplo, no jogo contra a Colômbia. Veremos que o atacante - que pelo Arsenal atua apenas pela ponta - alternou em diversas regiões do campo durante a partida. Porém, não acostumado com este estilo de jogo, quando Martinelli teve a oportunidade de disparar na cara do gol para empatar a partida, acabou perdendo a velocidade por conta do sacrifício que fez durante durante os 90 minutos.

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Gabriel Martinelli / Reprodução / Staff Images / CBF

É preciso mudar algo

Uma coisa é você aplicar esta ideia todos os dias em um time que normalmente nunca obteve sucesso. Outra coisa é você pegar alguns dos melhores jogadores do mundo, que atuam nas melhores equipes da Europa, e colocá-los juntos para treinar um estilo de jogo não posicional, por apenas dois dias.

Os últimos jogos mostraram que não se faz isto. Posto que, independente dos resultados - que por sinal, foram todos negativos - o que se vê da seleção em campo é um time perdido, inseguro e sem poder de decisão. Ou seja, são sintomas completamente opostos aos que Diniz afirma que uma equipe teria ao jogar desta forma.

É fato que internamente se sabe que o treinador deve passar o cargo para Carlo Ancelotti, que deve chegar no meio do próximo ano. Mas se Diniz, nos poucos jogos que ainda restam na frente da seleção, quiser não mais passar vergonha, ele deve abir mão das suas convicções em prol de um bem muito maior: a Seleção Brasileira!