História, clubes participantes e calendário

O Brasileirão, a partir do ano de 1987, passou a ter um número mais reduzido de times participantes. O campeonato que antes, tinha quase sempre pelo menos um representante de cada federação de estado, passou a ser dominado pelos clubes 'grandes', ou seja, aqueles com maior tradição e força econômica do país.

Dessa forma, a Copa do Brasil foi criada no ano de 1989 devido a falta de representatividade das federações estaduais menores no Campeonato Brasileiro.

A primeira edição da Copa do Brasil foi jogada com 32 times, representado por 22 estados brasileiros. O vencedor se classificava automaticamente para a Libertadores, algo anteriormente impensável para clubes pequenos como o Blumenau e o Tiradentes, que chegaram às oitavas de final do torneio em 1989. Ambos, clubes extintos hoje.

Desde o primeiro vencedor (Grêmio) até o último (Flamengo), a competição foi modificada algumas vezes. O que no início eram 32 equipes, passou para 64, depois 86 e hoje são 92. Na teoria, uma competição bastante democrática. Mas será mesmo?

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Elenco do Grêmio campeão da Copa do Brasil de 1989. (Reprodução/Grêmio)

A partir do ano de 2013, 6 equipes já se classificavam automaticamente para as oitavas de final. Desde então, esta prática continuou e na atual edição, 12 times se classificaram automaticamente para as oitavas. Desses 12, apenas 2 não eram da Série A.

Um calendário de competição mais curto para as equipes grandes, que acabam se atraindo muito mais pelo torneio. Para se ter uma ideia, o Flamengo foi campeão em 2013 disputando 14 partidas e em 2022, disputando somente 10.

Prêmio financeiro da Copa do Brasil

Antigamente, muitos times entravam para jogar a Copa do Brasil primordialmente em busca de uma vaga direta para a Libertadores. Hoje, a recompensa mais chamativa ao campeão não é a vaga para a competição continental, mas sim o prêmio financeiro.

Atualmente, o campeão da Copa do Brasil recebe um prêmio de R$ 73,5 milhões, tirando os prêmios ganhos nas fases anteriores. O que significa um aumento exponencial da recompensa nos últimos anos.

Como comparativo, a premiação deste ano do Brasileirão ainda não foi divulgada, mas pegando como referência a do ano passado, o time campeão, o Palmeiras, faturou cerca de R$ 47,8 milhões. Uma quantia bem abaixo do prêmio de R$ 73,5 milhões da Copa do Brasil 2023.

Com um prêmio tão grande, as equipes de ponta do futebol brasileiro, passaram a olhar de outra forma para a Copa do Brasil.

Como exemplo disso, dos últimos 5 campeões da Copa do Brasil, quatro deles chegaram à final da Libertadores e três deles foram campeões do Campeonato Brasileiro e da Libertadores nos últimos 4 anos.

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Palmeiras campeão da Copa do Brasil de 2020. (Reprodução/Palmeiras)

Além disso, nas últimas 5 decisões da Copa do Brasil, todos os vice-campeões (com exceção do Athletico-PR em 2021) terminaram o Brasileirão na zona de classificação para a Libertadores.

Os números não mentem. Apesar de ser sim, a competição mais democrática em termos de clubes participantes, ela impossibilita cada vez mais a ascensão e a vitória de um clube pequeno, como a do Criciúma em 91, do Juventude em 99, do Santo André em 2004 e do Paulista em 2005.